PENSANDO EM NÃO VOTAR?????

Convido todos os alunos da comunidade CEFET/RJ a participarem 
ativamente do processo de escolha para Diretor-Geral. Lembro que a nossa instituição está passando por um momento difícil, a 
transformação em universidade se faz necessária, não por uma questão de rótulo, mas para a garantia da sobrevivência dos cursos de graduação já existentes. Peço que procurem saber quais são as 
propostas de cada candidato para a instituição, em particular para a 
graduação(nível em que vocês se encontram hoje).
  Não deixem de se informarem sobre a postura que cada candidato vem tendo na instituição. Pois provavelmente ele a manterá.
 O Diretor-Geral é o representante do CEFET/RJ em todos os fóruns e sendo assim a 'cara' do CEFET/RJ. Qual deles tem mais a 'cara' da instituição que você quer?
  Lembrem-se que a categoria dos alunos tem o mesmo peso que as demais categorias do CEFET (docentes e administrativos) e por isso a mesma importância na eleição.
  Vocês devem ser ouvidos mas para isso vocês precisam ter voz. E uma  boa forma de mostrarem a força que vocês têm é comparecendo para votarem com convicção e consciência.

Abraço a todos,

Dayse Haime Pastore

 

Prezados membros do Diretório Acadêmico do CEFET/RJ e estudantes,

Honra-me especialmente a oportunidade de apresentar, por escrito, considerações acerca do processo eleitoral que se aproxima. Já tenho verbalizado o que agora tento resumir, por acreditar ser o debate permanente um elemento constitutivo essencial a qualquer concepção minimamente apropriada de vivência democrática. Esta última adjetivação tem sido, frequentemente, malversada por redução exclusiva ao momento do voto, mas uma percepção mais ampla do processo não desconstrói a importância do voto, deste ato de cidadania pleno de assertividade. Apregoa-se, em cenários de proposição pedagógica, a importância de uma “formação para a cidadania”.  Confunde-se, comumente, cidadania com a luta por direitos pré-estabelecidos, como os associados ao consumo.  É mais uma redução imprópria: cabe ao cidadão (re)construir permanentemente a estrutura e a dinâmica de sua sociedade. Não há questões vencidas para o exercício cidadão.  Desde a matriz conceitual mais íntima, desde o conjunto de primeiros princípios às estratégias mais prosaicas de regulamentação e implementação de processos corriqueiros, em tudo cabe opinião e debate, em tudo cabe o contraditório, que deve emular o respeito, a fraternidade e materializar convite ao interlocutor, parceiro da construção comunitária.

A “consulta interna à comunidade”, que definirá o nome do Diretor-Geral a ser indicado à nomeação pelo Ministro da Educação, aproxima-se. Em nossa instituição, na atual configuração, prevalece partição do eleitorado em que o peso de um terço dos votos é atribuído à comunidade discente. Qualquer que fosse a partição, caberia a mesma afirmação: a participação dos estudantes, em todo o processo, é fundamental, tanto para a legitimidade de uma “consulta à comunidade”, quanto para a busca de uma vivência plena do ambiente acadêmico. Desenvolver competências, habilidades, autonomia intelectual é, sem dúvida, a razão primeira do percurso acadêmico estudantil, mas este foco é insustentável e desprovido de sentido se o exercício crítico e participativo nos rumos de sua comunidade não for contemplado. Cresci, como estudante, em cenário político muito diferente do atual. Contexto em que havia riscos excepcionais a correr em nome do direito a se fazer ouvir. Conquistas de toda a sociedade moveram-nos para um ambiente em que não se legitimam mais supressões de opiniões. Mas nada é permanente, e a manutenção de um direito exige seu constante exercício.

O Diretório Acadêmico tem adotado iniciativas indispensáveis, que qualificam a participação discente e oferecem subsídios à formação de um juízo crítico mais refinado. Organizou-se um debate, entrevistas com os candidatos foram gravadas e veiculadas. Contudo, de modo inerente, inevitável, sombreadas pelas cortinas do “discurso político”, várias questões centrais da dinâmica institucional permanecem carentes de debate. O processo eleitoral encerra-se dia 14 de abril. A participação discente deve ser expressiva, e isto só se dará com a entrega individual, com a conscientização de cada um. Mas a expressividade numérica não se contrapõe à qualidade da manifestação. Ainda há, sempre há tempo para uma prospecção mais cuidadosa. Se me permitem sugerir, busquem e leiam com atenção as propostas escritas de campanha. Conhecendo-as, procurem e questionem candidatos. Usem a vizinhança, o exercício quotidiano como critério, mas não como critério único. Propostas que favoreçam um dado setor não carregam mérito se negligenciam um cenário institucional mais amplo, porque aquele apoio localizado pode e tende a revelar-se insustentável. Discutam o processo com partícipes de outros setores, como técnicos-administrativos e discentes e docentes do médio-técnico. São co-atores, e devem ser co-autores dos caminhos de nossa Instituição. Perspectivas de enfrentamento e de sectarismo, montagens oportunistas de rivalidades e cenários de cisão não só carecem de sentido como resultam irrealistas. O CEFET merece uma construção coletiva.

Acima de tudo, desafiem-se. O potencial intelectual e a disposição cívica historicamente defendida pelo protagonismo estudantil emprestam valor inestimável a todo processo político. Estudem os discursos, descubram os fatos que produziram o atual cenário institucional e, em particular, a situação de nossa graduação. Perguntem, questionem. É inevitável que as testemunhas carreguem de viés os relatos, mas vossa maturidade constrói-se neste exercício complexo, no difícil garimpo de fatos em meio aos sedimentos da subjetividade. Produzam vossa própria métrica, e, se alguma hierarquia se revelar, se algo parecer melhor, traduzam esta opção no voto. Se nada prevalecer, façam do voto manifestação de inconformidade, declaração de insuficiência de todas as propostas, mas votem. Liderança em instituição de ensino não admite omissão estudantil. Seria vazio de sentido.

Reafirmo sentir-me honrado com o convite para este comentário. Agradeço pela gentil atenção e, certo da vossa qualificada e marcante participação no pleito, adianto, independentemente do resultado, minha alegria com o resgate da manifestação discente.

Abraços a todos,

Alvaro Nogueira

Prezados membros da comunidade Cefet-RJ, nossa Escola passa por um momento de mudanças profundas, inéditas em sua longa história. O debate envolvendo nossa transformação em universidade é estratégico e importantíssimo para o futuro da instituição. Porém, não devemos deixar de lado questões graves e urgentes que permeiam nossa vida acadêmica. Merecem ainda mais atenção a segurança no Campus, a carência de professores, uma biblioteca com obras qualitativa e quantitativamente relevantes, o estado físico das instalações e equipamentos, o nível das aulas, etc. Qualquer que seja o resultado da eleição, o importante é que a comunidade se una e cobre responsabilidade, atitude e comprometimento da nova direção. Para tanto é fundamental o envolvimento de todos, no instante da votação e na cobrança por um Cefet melhor para os próximos anos. Lembrem-se, mesmo para os que estão deixando a instituição neste momento, que o nome da escola em que se formou permanecerá para sempre em seu currículo.

Um excelente voto a todos.
 
Prof. Marcelo Maciel